A revolta dos insubordinados

GP de Mônaco mostrou segundos pilotos se impondo frente aos líderes de suas equipes

Fonte: Red Bull
A revolta dos insubordinados Pérez: vitória em Mônaco apressou renovação de contrato com a equipe

O resultado do GP de
Mônaco, disputado domingo, nas ruas de Monte Carlo, pode muito bem ser descrito
como a revolta dos insubordinados: quatro das seis primeiras posições foram
ocupadas pelos segundos pilotos das principais equipes da categoria. O mexicano
Sérgio Perez, o espanhol Carlos Sainz e os ingleses George Russell e Lando
Norris foram melhores que seus companheiros de equipe numa prova que foi
interrompida duas vezes, uma por queda de energia elétrica e pela chuva no
principado e outra para reparar os danos causados pelo acidente de Mick
Schumacher. O resultado da corrida no principado europeu valeu a extensão do
contrato de Sérgio Pérez, que permanecerá na equipe até o final de 2024.

O
resultado da prova, que teve seu percurso de 78 voltas encurtado para 54 por
causa das chuvas, embolou o campeonato. A vitória de Pérez a segunda de sua
carreira, equilibrou a disputa entre os top 5 da classificação geral do
campeonato, onde Max Verstappen, que já soma 125 pontos, lidera Charles Leclerc
por nove pontos. Sérgio Pérez tem 110, George Russell tem 84 e Carlos Sainz,
83. Desde o GP da Espanha o mexicano tinha um nó na garganta que nem a mais
forte das tequilas conseguiu eliminar. Naquela prova, disputado no domingo
retrasado, o mexicano liderava quando foi instruído para permitir que Max
Verstappen o ultrapassasse. Após alinhar na segunda fila do grid de largada,
imediatamente à gente do seu companheiro de equipe, Perez assumiu a liderança
da prova na volta 21 e lá manteve-se até a bandeirada. Mais importante do que
isso, ele administrou sua corrida de forma a evitar que o seu companheiro de
equipe conseguisse ocupar uma posição imediatamente atrás do seu Red Bull
número 11. Dessa forma ele evitou que o box da equipe repetisse o incidente de
Barcelona e ele deixasse de vencer novamente.

Se
o holandês conseguiu aumentar sua vantagem sobre Charles Leclerc na liderança
do campeonato, na Ferrari a situação foi muito pior, não obstante o segundo
lugar de Carlos Sainz. A Scuderia mais uma vez se equivocou na estratégia de
corrida ponto de ter os seus dois pilotos entrando no box para trocar pneus na
volta 21, momento no qual Pérez assumiu a ponta da prova. Após seguidas
temporadas sem poder lutar com consistência e de igual para igual contra a
dominante Mercedes, o time italiano ainda se deixa abater quando tem a chance
de voltar a conquistar títulos, mas o cenário da prova foge do script esperado.

Na
Mercedes, George Russell segue somando mais pontos que o hepta campeão Lewis
Hamilton e se mantém como o único piloto a ter pontuado em todas as sete provas
já disputadas nesta temporada. Tamanha regularidade o coloca um ponto à frente
do espanhol da Ferrari, que tem quatro pódios e dois abandonos. Se em um
circuito de baixa velocidade era lícito esperar desempenho superior dos carros
alemães – que tem na aerodinâmica seu maior castigo -, o que se viu foi um
desempenho que deixa dúvidas com relação à eficiência do chassi W13 e, em menor
escala, do motor M-13 E.

A
melhor volta da prova, 1'14"693, foi estabelecida por Lando Norris na 55ª
passagem, e cria outro indicativo sobre o chassi anglo-alemão, já que o carro
do inglês é um McLaren equipado com o motor Mercedes. A volta 42 de George
Russell foi a melhor das 64 voltas da corrida: 1'16"830. A significativa
diferença de dois segundos pode ser atenuada pelo aumento de aderência da pista
na medida em que o asfalto se tornava mais seco. Em termos de velocidade pura,
porém, Russell jamais ficou entre os dez mais rápidos nos quatro trechos de
medição desse índice. Pior, Hamilton foi mais veloz que ele na linha de chegada
(267,1 km/h contra 259,7 km/h) e na intermediária 1 (201,9 km/h – 199,7 km/h).
Na intermediária 2 a situação se inverteu – Russel passou ali a 196,1 km/h
contra 191,6 km/h de Hamilton – assim como na marca de velocidade máxima –
283,6 km/h contra 279,9 km/h de Hamilton. Isso destaca a diferença de acerto
entre os carros de ambos e que a defasagem dos Mercedes para os Ferrari e Red
Bull é maior do que se pensava.

Outro
destaque entre os escudeiros das principais equipes é o inglês Lando Norris. A
cada etapa aumenta a diferença de rendimento entre ele e seu superior,, o
australiano Daniel Ricciardo. A desigualdade entre os dois já atingiu o patamar
que permite a Zak Brown, o bam-bam-bam do time fundado por Bruce McLaren,
admitir que o contrato de três anos com Ricciardo tem mecanismos que
permitiriam adiantar em uma temporada o fim do acordo entre as partes.

Não
é raro um piloto não corresponder às expectativas quando muda de equipe. Para o
sorridente australiano de Perth o problema envolve as duas mudanças de equipe
em três temporadas e o fato de ser superado amplamente por um novato desde que
adotou a McLaren como seu CEP de trabalho.

A
extensão do contrato de Sérgio Pérez com a Red Bull coloca alguns pontos
importantes no cenário da categoria. Garantir sua presença na equipe teria
vindo às custas de um acordo para respeitar ordens de equipe? Max Verstappen
estaria sendo aliciado para mudar de endereço profissional? Estará Pierre Gasly
destinado a permanecer na AlphaTauri por mais duas temporadas?

 



















Fonte: Wagner Gonzalez




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