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Terça-feira, 07 de Outubro de 2025
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Brasileiros da flotilha pró-Gaza são deportados de Israel

Grupo de 13 brasileiros foi detido por estar nas embarcações que levavam ajuda a Gaza, interceptadas em águas internacionais pelas forças israelenses, o que foi classificado como "ilegal" pelo governo brasileiro

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Por Cidade a Cidade
Brasileiros da flotilha pró-Gaza são deportados de Israel
Stefanos Rapanis/REUTERS
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Os 13 brasileiros que estavam detidos em Israel por compor a Flotilha Global Sumud, que tentava levar ajuda humanitária à Faixa de Gaza, foram libertados nesta terça-feira (07/10), conforme confirmou o governo brasileiro. Eles foram deportados por via terrestre para a Jordânia.

Segundo a organização da missão no Brasil, todos os deportados devem passar agora por uma inspeção médica em Amã, capital jordaniana. Entre eles, estão a deputada federal Luizianne Lins e quatro ativistas que haviam iniciado uma greve de fome: Ariadne Telles, João Aguiar, Bruno Gilca e Thiago Ávila.

Ávila é cofundador do movimento ecológico Bem Viver no Brasil e tem sido alvo de críticas de publicações pró-Israel, que destacaram negativamente a participação do ativista no funeral de Hassan Nasrallah, o líder máximo do Hezbollah, e um discurso em um evento no Irã.

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A liberação dos brasileiros ocorre exatamente no dia em que completam dois anos do início da escalada de violência na guerra em Gaza.

O grupo foi transportado pelas autoridades israelenses da prisão Ktzi'ot, no deserto do Neguev, onde estava sob custódia israelense desde o início do mês, para a fronteira, onde encontraram diplomatas brasileiros. 

"Diplomatas das embaixadas em Tel Aviv e em Amã receberam os ativistas que estão, nesse momento, sendo transportados para a capital jordaniana em veículo providenciado pela embaixada brasileira naquele país", informou o Ministério das Relações Exteriores (MRE) do Brasil, por meio de nota.

Sem comunicação

De acordo com a nota, os ativistas foram transportados por Israel sem direito a comunicação ou interação da diplomacia internacional.

A interceptação em águas internacionais e a detenção dos ativistas foi classificada de ilegal e arbitrária pelo governo brasileiro, que chegou a notificar formalmente o governo de Israel por meio da Embaixada do Brasil em Tel Aviv e da Embaixada de Israel em Brasília.

"Tendo em vista o caráter pacífico da flotilha e seu objetivo de realizar entrega de ajuda humanitária à Faixa de Gaza, sua interceptação por forças israelenses constitui grave violação ao direito internacional, incluindo o direito marítimo internacional, em particular a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (CNUDM), que consagra a liberdade de navegação", diz uma das notas do MRE sobre o caso.

A flotilha era composta por cerca de 50 embarcações, com ativistas de todo o mundo, incluindo a sueca Greta Thunberg.

Outros integrantes da missão pacífica já haviam sido deportados. Dois ativistas detidos com Thunberg acusaram Israel de "tratar terrivelmente" a ambientalista e defensora da causa palestina.

Greta Thunberg, com lenço palestino, é recebida por várias pessoas em aeroporto
Greta Thunberg chega a Atenas após detenção em Israel, um dia antes da liberação dos brasileirosFoto: Costas Baltas/Anadolu Agency/IMAGO

Greve de fome e sede

Segundo a ONG isralense Adalah, que dá aconselhamento jurídico sobre direitos da minoria árabe em Israel e apoiava a flotilha, alguns ativistas detidos tiveram acesso negado a advogados, água, remédios e banheiros por um período de 36 a 40 horas.

A Adalah afirma que eles também teriam sido "forçados a ajoelhar com as mãos atadas por ao menos cinco horas, depois que alguns participantes entoaram gritos de 'Palestina livre'", e mantidos em celas "superlotadas".

Alguns teriam sido ainda "obrigados" a dormir no chão em condições "duras e insalubres", enquanto uma mulher muçulmana teria sido forçada a trocar seu hijab (véu islâmico) por uma camisa e outros teriam sofrido "restrições" para realizar suas orações. Israel nega as acusações. 

FONTE/CRÉDITOS: DW Brasil
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