O Ministério das Relações Exteriores (MRE) confirmou nesta sexta-feira (27/09) a morte da adolescente Mirna Raef Nasser, de 16 anos, natural de Balneário Camboriú (SC), em meio a bombardeios de Israel contra a milícia libanesa Hezbollahem Beirute, capital do Líbano.
Segundo relato familiar, a adolescente e seu pai, de nacionalidade libanesa, foram atingidos por bombardeio aéreo, em casa, na segunda-feira (23/9).
Trata-se da segunda vítima brasileira atingida pelos intensos ataques aéreos israelenses na região.
Na quarta-feira (25/09), o MRE havia comunicado a morte do adolescente brasileiro Ali Kamal Abdallah, de 15 anos, nascido em Foz do Iguaçu (PR), e de seu pai, libanês de nacionalidade paraguaia, por um foguete que atingiu a cidade de Kelya, na região do Vale do Beqaa, a 30 quilômetros de Beirute.
Assistência às famílias
"O governo brasileiro reitera a condenação, nos mais fortes termos, aos contínuos ataques aéreos israelenses contra zonas civis no Líbano e renova o apelo às partes envolvidas para que cessem imediatamente as hostilidades", informou o MRE, em nota.
O Itamaraty afirmou que está em contato e prestando assistência às famílias.
O ministro da Saúde libanês, Firass Abiad, afirmou na quarta-feira que pelo menos "51 pessoas foram mortas e 223 ficaram feridas em vários bombardeios", que também tiveram como alvo vilarejos fora dos redutos do Hezbollah.
Militares israelenses disseram que continuam seu bombardeio em "larga escala" no sul do Líbano e no Vale do Beqaa, dois redutos do Hezbollah, alegando terem atingido "mais de 280 alvos" da formação pró-iraniana nesta quarta-feira.
"Atacamos para preparar incursão terrestre"
O chefe do Estado-Maior de Israel, Herzi Halevi, disse nesta quarta-feira que os ataques aéreos no Líbano estão preparando o terreno para uma possível incursão terrestre contra o Hezbollah. A afirmação foi feita em declarações dadas após o Exército israelense ter convocado duas brigadas para realizar missões no norte do país.
"Vocês podem ouvir os aviões lá em cima, atacamos o dia todo. Tanto para preparar o terreno para a possibilidade de uma entrada quanto para continuar prejudicando o Hezbollah", declarou o oficial durante um exercício militar na fronteira.
Halevi detalhou que a possível "manobra" israelense consistiria em entrar em cidades do sul do Líbano que a milícia xiita "converteu em uma grande base militar" para destruir a infraestrutura do grupo na área.
Os primeiros ataques israelenses em massa no Líbano na segunda-feira mataram mais de 560 pessoas e feriram mais de 1.800, de acordo com autoridades libanesas, o maior número em um dia desde o fim da guerra civil de 1975-1990 no país.
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