O bairro Santa Mônica, reconhecido por abrigar um dos campi da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), além de inúmeras residências e estabelecimentos comerciais, enfrenta um problema crônico que tem perturbado o cotidiano e tirado o sono de seus moradores.
Jovens de diferentes partes da cidade têm ocupado ruas e avenidas da região nos finais de semana, promovendo festas ao ar livre que começam por volta das 22h e seguem até o amanhecer, causando transtornos como barulho excessivo, sujeira e até ameaças de violência.
Conforme relatos das pessoas que vivem no bairro, o volume alto das músicas, que variam de funk a disputas de som eletrônico, é insuportável. “É como se houvesse um show ao vivo dentro da minha casa. Não consigo dormir nem com janelas fechadas”, desabafa uma moradora que preferiu não se identificar. Outra pessoa, que vive no Santa Mônica há mais de 40 anos, destacou: “A gente já tentou de tudo: polícia, prefeitura, mas nada resolve. A situação está insustentável.”
Falta de apoio e ameaças preocupam moradores
O medo não se limita ao incômodo sonoro. Moradores relataram episódios de intimidação ao tentarem dialogar com os jovens. Uma mulher, que tentou pedir a diminuição do som, foi ameaçada: “Disseram que poderiam me fazer desaparecer se eu reclamasse de novo”, conta.
As festas deixam um rastro de sujeira nas ruas, com garrafas quebradas, copos descartáveis e embalagens espalhadas. Mesmo com caçambas de lixo disponíveis, os resíduos são jogados em canteiros e calçadas. “É descaso total. Quem trabalha cedo no dia seguinte não consegue descansar nem caminhar pelas ruas sem pisar em lixo ou cacos de vidro”, reclama outro morador.
Autoridades não resolvem o problema
Apesar das constantes ligações para a Polícia Militar (PM), os moradores afirmam que as ações são ineficazes. “Quando a viatura passa, o barulho para por alguns minutos, mas volta assim que eles vão embora”, afirma um morador. As orientações para procurar o Ministério Público ou a prefeitura geram frustração, já que, segundo eles, nada é feito para combater o problema de maneira definitiva.
Enquanto isso, os residentes seguem mobilizados para tentar resolver a situação. “Se for necessário, vamos até o Exército”, declarou um morador indignado. No entanto, a sensação geral é de impotência e abandono, especialmente em um bairro que sedia importantes instituições como a UFU e batalhões da polícia.
Repercussão e apelo
A insatisfação cresce e se torna um apelo urgente para as autoridades locais. Moradores pedem uma solução definitiva para o problema, seja com maior fiscalização ou medidas para coibir o abuso de som e o acúmulo de lixo. “Nós só queremos dormir em paz e viver com tranquilidade no nosso bairro”, finaliza um residente.
O Santa Mônica, que já foi sinônimo de tranquilidade, hoje enfrenta noites que parecem intermináveis para seus habitantes, clamando por uma intervenção que devolva a qualidade de vida a essa comunidade.
A equipe de jornalismo do Paranaíba Mais entrou em contato com as autoridades para buscar uma resposta aos moradores. No entanto, até o momento, não obtivemos retorno.
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