Com uma fila de espera por ultrassonografias de mama que chegou a ter quase 21,4 mil pessoas que no último ano, o Ministério Público Federal acionou a Justiça em busca de uma solução em Uberlândia. A apuração da procuradoria apontou ainda que quase 500 pacientes aguardam por consulta com médico mastologista.
A Ação Civil Pública assinada pelo procurador da República Cleber Eustáquio Neves cita União, o estado de Minas Gerais, o Município de Uberlândia, além da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) e a Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM) por causa das filas.
Cleber Eustáquio argumenta que pelo menos desde 2021, a espera por exames e consultas aumenta no Município. “Ao analisar os dados fornecidos pela Secretaria Municipal de Saúde, constata-se que, ao longo dos anos, a fila de espera para a realização de exames de USG (ultrassonografia) de mama cresceu cerca de 10,4% em 2022 e 16,4% em 2023, demonstrando a contínua deterioração dos serviços oferecidos”.
Anos em espera
A espera pode chegar a 8 anos. Em 2023, o total de pacientes aguardando pela ultrassonografia de mama chegou a 21.386, sendo o pedido mais antigo registrado em 17 de julho de 2015.
Em março de 2023, o MPF recebeu a informação de que havia 467 pacientes aguardando consulta com médico mastologista, dos quais 46 estavam classificados como prioridade alta. Outros 12 pacientes eram de alta suspeição de câncer aguardavam consulta com mastologista oncológico no HC-UFU.
O procurador ainda aponta que os citados na ação não têm cumprido adequadamente as metas pactuadas no Sistema Único de Saúde.
Na ação, o MPF pede que a Justiça Federal determine a ampliação dos serviços tanto no Hospital de Clínicas quanto no Municipal para quem as filas sejam zeradas. Até lá, se necessário, que serviços particulares sejam contratados. Sejam exames de ultrassonografia, mamografia e biópisia, além das consultas com mastologistas.
O órgão também pede a condenação dos envolvidos por dano moral coletivo no valor de R$ 50 milhões.
A produção da TV Paranaíba entrou em contato com todos os citados e aguarda retorno dos demais.
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