A poucos meses da COP30, o Museu das Favelas, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, sob gestão do idg - Instituto de Desenvolvimento e Gestão, promove uma série de ações gratuitas para ampliar o debate sobre justiça climática e racismo ambiental no Brasil. Na capital paulista, a instituição organiza e sedia a ‘Ocupação Esquenta COP’, iniciativa liderada pelo Museu do Amanhã (RJ) que tem como objetivo aproximar e melhorar a compreensão do público sobre as temáticas que serão tratadas durante a COP. Este equipamento também é gerido pelo idg.
Até novembro, a programação conta com rodas de conversa e encontros com artistas, pensadores, educadores, lideranças comunitárias e ativistas, exibição de filmes e séries audiovisuais.
A agenda começou no dia 21 de setembro, com mais uma edição do ‘Papo Reto’, no Museu das Favelas, abordando o racismo ambiental, refletindo sobre como a desigualdade geográfica no Brasil define quem enfrenta, com mais intensidade, os impactos da crise climática, com participação do Perifa Sustentável. Representando o Instituto, estarão presentes Mahryan Sampaio, ativista climática e Embaixadora da Juventude da ONU, e Gabriela Alves, designer social e estrategista de rua.
Na sequência, haverá a 19ª Primavera de Museus, com o Ciclo Museu em Diálogo: ‘Direitos Humanos, Memória e Sociedade ’ que acontece até novembro. No dia 27, o público será convidado a uma caminhada pelo Centro Histórico da capital paulista e refletir sobre os direitos humanos e justiça climática, o agravamento das desigualdades, racismo ambiental e o papel da resistência de comunidades indígenas e periféricas. A ação tem parceria com o Memorial da Resistência de São Paulo e o Museu das Culturas Indígenas, com inscrições prévias e vagas limitadas. Nos dias 30 de outubro à 2 de novembro, o Museu das Favelas promove a 3ª edição do ‘Festival Favela Projeta’, com a exibição de filmes e a realização de ciclos de debate abertos ao público, com foco em justiça climática e racismo ambiental.
Ricardo Piquet, diretor do idg, explica que os museus possuem um papel central na luta por justiça climática. “Enquanto espaços que refletem a diversidade e a cultura de diferentes lugares e populações, é essencial que deem voz também às vivências do presente. Nesse sentido, um dos nossos principais objetivos na gestão desses equipamentos culturais é colocar a justiça climática no centro do debate, incentivando a troca de experiências entre diferentes territórios e agentes da sociedade”.
A ‘Ocupação Esquenta COP’ traz a proposta de conectar arte, conhecimento e tecnologias sociais das favelas para o centro das discussões. Para Natália Cunha, diretora do Museu das Favelas, a programação é essencial para avançar na luta pela justiça climática em um momento estratégico, em que o mundo acompanha os preparativos no Brasil. “A crise climática já deixou de ser futuro, é uma questão urgente. Seus impactos já atingem a população de maneira desigual, e os mais afetados são pessoas negras, periféricas, indígenas e migrantes, expostos a riscos ambientais como enchentes, deslizamentos, poluição e calor extremo. Dar espaço para que essas vozes sejam ouvidas é abrir caminhos reais de cuidado coletivo e soluções para o agora e um futuro mais justo”, comenta.
Série audiovisual para redes sociais
Para amplificar as discussões também no ambiente digital, o Museu das Favelas lança, a partir de 30 de outubro, um projeto audiovisual voltado para mídias sociais. Em parceria com o jornalista e influenciador Mateus Fernandes, criador do InfoPerifa, serão publicados quatro episódios para facilitar o entendimento sobre conceitos como COP e justiça climática, destacando as vivências das favelas em meio às condições climáticas.
“O Saber do Chão é a Revolução do Clima” conecta os saberes tradicionais, soluções locais e pautas globais da crise climática à realidade das periferias. Cada episódio apresenta de forma clara e acessível temas centrais da agenda climática, mostrando que, além da COP30, existem ações que já podem ser construídas a partir dos territórios.
Parceria com o Museu das Amazônias
O Museu das Favelas e o Museu das Amazônias realizaram uma programação especial para com o tema “Periferias, florestas e futuros do Sul Global”. Implementado pelo idg em parceria com o Museu Paraense Emilio Goeldi, o MAZ, novo museu da Secretaria de Cultura do Estado do Pará, propõe se tornar uma referência inovadora, aproximando as ciências e tecnologias amazônicas da sociedade e criando conexões no coração de Belém.
Confira a agenda do Museu das Favelas:
30/10 a 02/11 - Festival Favela Projeta
Local: Museu das Favelas, em São Paulo (SP)
Tema: justiça climática e racismo ambiental
Programação temática com a realização de ciclo de exibição de filmes e debates. Mais detalhes serão divulgados em breve.
SOBRE O MUSEU DAS FAVELAS
O Museu das Favelas é uma instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerida pela organização social idg – Instituto de Desenvolvimento e Gestão. Possui a missão de conectar e garantir o protagonismo das múltiplas favelas brasileiras, preservando suas memórias e potencializando suas produções culturais por meio de exposições, programações, ações educativas, pesquisa e difusão de informação.
Inaugurado em novembro de 2022, no Palácio dos Campos Elíseos, o Museu reabriu no Centro Histórico de São Paulo em dezembro de 2024, com a exposição de longa duração ‘Sobre Vivências’.
Através de sua relevância cultural, o Museu das Favelas recebeu o Selo de Igualdade Racial 2024, que destaca iniciativas que promovem a equidade racial e a diversidade no mercado de trabalho. Também foi premiado pela APCA 2024, na categoria Música Popular – Projetos Especiais, com a exposição ‘Racionais MC’s: O Quinto Elemento’, sendo também eleita pelo Portal Pepper como a Melhor Exposição do Ano.
Em 2025, por meio da Lei de Incentivo à Cultura - Lei Rouanet, o Museu tem a Meta como mantenedora, patrocínios da EDP e DO Itaú, apoio da EY e SulAmérica, cooperação da Unesco e parceria institucional da CUFA – Central Única das Favelas.
Localizado no Largo Páteo do Colégio, nº 148, o Museu das Favelas possui entrada gratuita, funcionando de terça a domingo, das 10h às 17h. Saiba mais em: museudasfavelas.org.br.
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