O primeiro-ministro da França, Sébastien Lecornu, apresentou nesta segunda-feira (06/10) sua renúncia ao presidente Emmanuel Macron, que a aceitou, anunciou o Palácio do Eliseu, após a oposição ameaçar derrubar o novo governo.
A renúncia inesperada e sem precedentes aprofunda ainda mais a crise política na França, causada pela falta de uma maioria para Macron na Assembleia Nacional, que é dividida em três grandes blocos, sendo a bancada da esquerda e a da ultradireita de oposição ao governo.
Em um esforço para debelar a crise, Macron encarregou Lecornu de fazer negociações de última hora com líderes no parlamento e deu a ele prazo até quarta-feira para "definir uma plataforma para ação e estabilidade para o país", segundo comunicado do governo.
"A pedido do presidente, eu disse que estou pronto para conduzir conversas finais com as forças políticas para garantir a estabilidade do país", anunciou Lecornu via X, acrescentando que se reportaria na noite de quarta-feira a Macron, "de modo que ele possa tirar todas as conclusões necessárias disso".
Com a demissão, o político entra para a história como o premiê mais breve que a França já teve.
Menos de um mês no cargo
Nomeado em 9 de setembro, Lecornu foi criticado pela oposição e até por aliados após anunciar seu gabinete na noite de domingo. O gabinete deveria realizar sua primeira reunião na tarde desta segunda-feira, e o premiê deveria apresentar sua declaração de governo à Assembleia Nacional na terça-feira.
Após semanas de consultas com partidos políticos de todas as orientações, Lecornu, um aliado próximo de Macron, nomeou seus ministros no domingo. Mas a composição do gabinete irritou tanto oponentes como aliados.
A crise política na França foi agravada pela decisão de Macron de convocar eleições parlamentares antecipadas em 2024, o que resultou num parlamento ainda mais fragmentado. Lecornu foi o quinto primeiro-ministro do segundo mandato de Macron, iniciado em 2022.
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