O roubo em plena luz do dia de joias históricas avaliadas em 102 milhões de dólares (R$ 548 milhões) do Museu do Louvre, em Paris, no mês passado, foi executado por criminosos comuns e não pelo crime organizado, afirmou neste domingo (02/11) a promotoria de Paris.
Em 19 de outubro, dois homens estacionaram um veículo do lado de fora do Louvre, subiram por uma escada até o segundo andar, quebraram uma janela, arrombaram vitrines com esmerilhadeiras e fugiram na garupa de scooters – tudo isso em menos de sete minutos.
Quatro suspeitos foram indiciados preliminarmente e detidos, incluindo três que seriam membros da equipe que invadiu o museu. Uma quarta pessoa, namorada de um dos supostos assaltantes, também foi presa. Todos respondem por furto por quadrilha organizada e conspiração criminosa.
Segundo as autoridades, pelos perfis, os suspeitos não seriam criminosos especializados em roubo de artefatos, mas, sim, amadores.
"Não se trata exatamente de delinquência cotidiana, mas é um tipo de delinquência que geralmente não associamos aos escalões superiores do crime organizado", declarou a promotora de Paris, Laure Beccuau, à rádio Franceinfo.
Segundo ela, o perfil dos suspeitos não corresponde ao de profissionais capazes de executar operações complexas. "São claramente pessoas da região. Todos vivem mais ou menos em Seine-Saint-Denis", disse ela, referindo-se a uma área de baixa renda ao norte de Paris.
Último foragido
O ministro do Interior da França, Laurent Núñez, disse ao jornal Le Parisien que acredita que o último suspeito ainda foragido seja o responsável pelo planejamento, de fato, do assalto.
A imprensa francesa também suspeitou de uma provável falta de profissionalismo dos ladrões, já que eles deixaram cair a joia mais preciosa – a coroa da Imperatriz Eugênia, feita de ouro, esmeraldas e diamantes – durante a fuga. Além disso, abandonaram ferramentas, uma luva e outros objetos na cena do crime e não conseguiram incendiar o caminhão de mudanças antes de fugir.
Uma semana após o roubo, a polícia prendeu dois homens suspeitos de terem sido os invasores de fato do Louvre – um argelino de 34 anos que vive na França desde 2010 e foi detido ao tentar embarcar em um voo para a Argélia, e um homem de 39 anos, já sob supervisão judicial por furto qualificado.
Ambos moram em Aubervilliers, no norte de Paris, e "admitiram parcialmente" o envolvimento, disse a promotora de Paris na semana passada.
Dois suspeitos, um homem de 37 anos e uma mulher de 38, foram presos em 29 de outubro e acusados no sábado (01/11). Outras três pessoas que haviam sido detidas no mesmo dia foram liberadas sem acusação.
Beccuau disse que o homem de 37 anos seria um dos quatro envolvidos no assalto, com base em DNA encontrado no caminhão de mudanças.
Ela afirmou que ele tem 11 condenações criminais por diversos delitos, incluindo infrações de trânsito, furto qualificado e tentativa de arrombar um caixa eletrônico. A promotora ainda acrescentou que ele mantinha um relacionamento com a suspeita de 38 anos, com quem tem filhos.
Vestígios de DNA da mulher também foram encontrados no caminhão, mas Beccuau indicou que eles parecem ter sido transferidos involuntariamente para o veículo, possivelmente por uma pessoa ou objeto.

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