A tempestade que atingiu a Região Metropolitana de São Paulo na segunda-feira (22), e que provocou ventos intensos de mais de 100 km/h em diversas cidades do estado de São Paulo no início da primavera no Hemisfério Sul, foi consequência da passagem de uma frente fria, vinda do Sul do País, e do choque térmico em uma região aquecida com alta umidade. Segundo análise da Climatempo, a maior e mais reconhecida empresa de consultoria meteorológica e previsão do tempo do Brasil e da América Latina, novas tempestades ainda podem ocorrer nos próximos dias, mas de menor intensidade.
"Contrastes térmicos aumentam o risco de fortes rajadas de vento, especialmente nas estações de transição, como é o caso da primavera, quando essa amplitude é maior", afirma Vinícius Lucyrio, meteorologista da Climatempo. Ele ressalta que o mês de outubro ainda apresenta risco de temporais por conta do contraste térmico acentuado, mas não tão intenso quanto o desta segunda-feira, especialmente em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Minas Gerais e no Mato Grosso do Sul. "Este risco diminuirá a partir do final de novembro, à medida que a atmosfera se torna mais homogênea e com características de verão", avalia.
Impacto de uma La Niña mais fraca
A Climatempo confirma que já se registra o resfriamento do Pacífico equatorial há alguns meses, característico do La Niña, com possibilidade de instalação do fenômeno ao longo dos próximos meses, com fraca intensidade e curta duração, com maior influência durante a primavera e o início do verão.
Segundo Lucyrio, o fenômeno geralmente causa um ligeiro atraso na regularidade das chuvas no Brasil Central, mas quando o período úmido se instala favorece a formação de canais de umidade, com chuvas mais frequentes no norte do Mato Grosso, Planalto Central, parte de Minas Gerais, Espírito Santo, norte do Rio de Janeiro e Sul da Bahia. "Nessas regiões, as precipitações podem trazer riscos de inundações e deslizamentos, principalmente nas área de relevo mais complexo", destaca o meteorologista da Climatempo.
No Sul do Brasil, por influência do La Niña, as chuvas tendem a ficar irregulares e espaçadas a partir de novembro, com intervalos secos mais logos e picos de calor intenso a partir de dezembro.
Lucyrio afirma que, na Amazônia, espera-se uma chuva mais volumosa na primavera, principalmente na Amazônia Ocidental, com um aumento significativo no início de 2026, mesmo com o La Niña já se desfazendo. Em contraste, na região Nordeste, a interferência do fenômeno nas chuvas volumosas será menor, ocorrendo, principalmente, no período úmido da costa norte – que vai de fevereiro a abril – e na faixa leste, de maio a julho.
Temperaturas mais altas
De acordo com o meteorologista da Climatempo, as temperaturas nos próximos meses tendem a ficar acima da média na maior parte do Brasil, principalmente no Nordeste. Ele destaca, por exemplo, que Maranhão, Piauí e Ceará podem ter temperaturas acima de 40oC até dezembro.
Já no Centro-Sul do Brasil, as temperaturas ficarão mais próximas do normal, com maior variação no Sul, porta de entrada de frentes frias mais frequentes. "No centro e Sudeste do País, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, ainda podem ocorrer ondas de calor ou sequências de dias de calor intenso até o final de outubro e início de novembro, mas menos extremas e mais pontuais com o aumento da umidade e o retorno das chuvas", afirma Lucyrio.
Esse aumento na temperatura deve favorecer o comércio de produtos típicos de calor, incluindo roupa de verão e de banho, produtos para pele – incluindo protetores solar, hidratantes e repelentes – e bebidas como águas, refrigerantes e cervejas.
"Devemos ter um verão muito parecido com o de 2024/2025. E isso deve ter um impacto muito positivo nas vendas, principalmente de ventiladores, climatizadores e condicionadores de ar", completa o meteorologista da Climatempo.
Sobre a Climatempo
A Climatempo é a maior e mais reconhecida empresa de consultoria meteorológica e previsão do tempo do Brasil e da América Latina, oferecendo soluções personalizadas para diversos setores da economia. Com tecnologia avançada e uma equipe de especialistas altamente qualificada, a empresa fornece previsões precisas e análises climáticas estratégicas para auxiliar na tomada de decisão em segmentos como energia, infraestrutura, agronegócio, setores públicos, entre outros. Para o público em geral, fornece informações sobre o clima por meio do seu website e aplicativos. Juntos, esses canais alcançam, em média, 20 milhões de usuários mensalmente.
Comprometida com a inovação, foi a primeira empresa privada a oferecer análises climáticas customizadas no mercado brasileiro e, em 2015, instalou o LABS Climatempo no Parque de Inovação Tecnológica de São José dos Campos (SP), para atuar na pesquisa e no desenvolvimento de soluções para tempo severo, energias renováveis (eólica e solar), hidrologia, comercialização e geração de energia, navegação interior, oceanografia e cidades inteligentes.
Fundada em 1988, a Climatempo foi adquirida, em 2019, pela StormGeo, empresa líder global em serviços de inteligência meteorológica e suporte à decisão, sediada na Noruega, com presença em 26 países e 550 funcionários, e que, desde 2021, integra o grupo Alfa Laval, líder global no fornecimento de produtos nas áreas de transferência de calor, separação e manuseio de fluidos.
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