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Um rio não existe sozinho: exposição imersiva inédita une Instituto Tomie Ohtake e Museu Goeldi em Belém

Mostra coletiva conecta ciência, arte e saberes tradicionais no Parque Zoobotânico e propõe um novo olhar sobre a Amazônia em tempos de crise climática

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Por Cidade a Cidade
Um rio não existe sozinho: exposição imersiva inédita une Instituto Tomie Ohtake e Museu Goeldi em Belém
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O Ministério da Cultura, por meio da Lei de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), o Nubank — mantenedor institucional do Instituto Tomie Ohtake — e o Instituto Tomie Ohtake apresentam Um rio não existe sozinho, exposição em cartaz de 3 de outubro a 30 de dezembro de 2025 no Museu Paraense Emílio Goeldi, instituição anfitriã e parceira do projeto. A mostra conta ainda com o patrocínio da AkzoNobel, Aché Laboratórios Farmacêuticos e PepsiCo. A PepsiCo é também patrocinadora institucional do Instituto Tomie Ohtake por meio do Programa de Ação Cultural (ProAC), da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo.

Criado e desenvolvido pelo Instituto Tomie Ohtake, sob curadoria de Sabrina Fontenele, curadora da instituição, e Vânia Leal, curadora convidada, para dialogar com os temas urgentes relacionados à 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 30), que acontecerá em novembro de 2025, em Belém, o projeto teve início em 2024 com encontros, viagens de pesquisa e a realização dos seminários Diálogos São Paulo e Diálogos Belém. Artistas, mestres tradicionais, arquitetos, cientistas e ativistas participaram desses encontros, que buscaram construir uma rede nacional de conexões em torno de caminhos sustentáveis frente à crise climática. Agora, essas trocas se materializam em obras que não apenas ocupam o Parque, mas se integram e convivem com ele.

Na mostra coletiva, que reúne nove artistas de diferentes regiões do Brasil e um escritório de arquitetura, o Parque é matéria viva, ponto de partida e inspiração. Todas as obras são site specific, concebidas em diálogo direto com o ecossistema local, respeitando sua delicada dinâmica e propondo uma convivência sensível com seus ritmos, sons, cheiros e presenças. Diferente de um espaço expositivo convencional, cada trabalho precisou se adaptar às condições do ambiente — respeitando a fauna livre, a vegetação e a história de um museu com quase 130 anos de existência. O resultado é uma mostra que se constrói em diálogo e negociação constantes, reconhecendo o museu como lugar de vida e convivência.

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“Esta ilha de biodiversidade cuidadosamente mantida existe em um planeta em colapso. Não é um convite ao escapismo, mas um lembrete poderoso do que está em jogo… Vivemos um tempo em que a crise climática se tornou realidade cotidiana. Esta exposição é uma forma de imaginar, junto com artistas e saberes tradicionais, outras possibilidades de existência mais generosas e sustentáveis”, afirma a curadora Sabrina Fontenele. “A floresta não é cenário, mas um sujeito político ativo e pulsante. Reconhecer isso é também reconhecer a urgência da justiça climática e a resistência dos povos que há séculos protegem esse território”, afirma Vânia Leal, curadora convidada.

A exposição traz obras de Sallisa Rosa (GO), que apresenta A terra esculpe a água, instalação em barro que evoca a relação ancestral entre terra e água e reforça a urgência de cuidar das águas que conectam todo o planeta; Rafael Segatto (ES), artista-trabalhador do mar, apresenta Enquanto correm as águas, instalação que combina remos e cores simbólicas para traçar uma cartografia poética das memórias, espiritualidades e navegações; PV Dias (PA), apresenta Paisagens commodities, projeção em video mapping que revela os rastros da destruição ambiental na paisagem amazônica, sobrepondo imagens do acervo do Museu Goeldi com registros atuais; em Tela d’água, Noara Quintana (SC), recria espécies ameaçadas a partir de registros históricos, apontando para a fragilidade do ecossistema; já Elaine Arruda (PA) apresenta Entoar o vento e dançar marés, instalação que atravessa memórias femininas e ancestrais para refletir sobre o tempo, as águas e as travessias da vida.

A mostra conta ainda com a participação da artista Mari Nagem (MG), que apresenta 41°C, obra que transforma dados científicos sobre a seca histórica de 2023 no Lago Tefé em paisagens térmicas que alertam para a urgência da crise climática; Gustavo Caboco (RR/PR), do povo Wapichana, apresenta Casa de bicho e Antibatismo: Victoria Regia, instalações que afirmam a memória e a permanência indígena enquanto questionam as violências coloniais inscritas na Amazônia; Déba Tacana (RO) apresenta Luz que Ança, instalação em cerâmica e vidro fundido que conecta ancestralidade e futuro para refletir sobre a crise climática e os direitos humanos; e Francelino Mesquita (PA), escultor que apresenta as instalações Proteja-me e Proteção ambiental, propondo um ativismo visual com miriti e outros materiais naturais que evocam saberes ancestrais e alertam para a urgência da preservação da Floresta Amazônica.

Coube ao Estúdio Flume projetar o pavilhão que abriga o Espaço Educativo da exposição, concebido a partir de recursos e técnicas locais como madeira e palha de ubuçu. Fundado em 2015 pelos arquitetos Christian Teshirogi e Noelia Monteiro, o escritório se consolidou por tratar a arquitetura como ferramenta de impacto social, com projetos que fortalecem comunidades rurais e tradicionais. Entre eles, destacam-se o Centro de Referência das Quebradeiras de Babaçu (MA) e a Casa do Mel (PA), reconhecidos nacional e internacionalmente por aliarem sustentabilidade, saberes locais e desenvolvimento comunitário.

Cada obra foi pensada para se integrar à paisagem de forma respeitosa, com baixo impacto ambiental e alto poder poético. São experiências imersivas, provocadoras, que reforçam a importância de repensarmos nosso modo de estar no mundo.

A conexão entre ciência e arte é uma estratégia para cultivar vínculos afetivos com o patrimônio natural e cultural da Amazônia, ampliar o acesso ao conhecimento e fortalecer a consciência crítica, destacam Sue Costa e Pedro Pompei, do Museu Paraense Emílio Goeldi. É também um convite à imaginação e à reflexão, porque compreender a Amazônia exige tanto precisão científica quanto abertura poética., finalizam.

Programação Pública

No dia 03 de outubro, abertura da exposição, o público poderá participar de uma intensa programação. Entre 9h30 e 12h30, acontecem três mesas no auditório do Pavilhão Eduardo Galvão, cada uma com 45 minutos de duração, reunindo diferentes artistas e mediadores: às 9h, Gustavo Caboco, Sallisa Rosa e Deba Tacana, com mediação de Sabrina Fontenele; às 10h, Elaine Arruda, Rafael Segatto e Mari Nagem, mediados por Vânia Leal; e, às 11h, PV Dias, Noara Quintana e Francelino Mesquita, com mediação de Ana Roman, superintendente artística do Instituto Tomie Ohtake. À tarde, das 15h às 16h30, o público é convidado para uma visita guiada pela mostra, com a participação dos artistas expositores.

 

Exposição coletiva Um rio não existe sozinho

Curadoria: Sabrina Fontenele e Vânia Leal
Pré-abertura: 02 de outubro de 2025 (convidados), 10h
Em cartaz de 03 de outubro a 30 de dezembro de 2025

De terça a domingo, das 09h às 17h

Ingresso: R$ 3,00 (Bilheteria aberta até às 16h)

Parque Zoobotânico do Museu Paraense Emílio Goeldi

Centro de Exposições Eduardo Galvão
Av. Gov Magalhães Barata, 376 - São Braz, Belém – PA

Fone: 91 3211-1700

 

Instituto Tomie Ohtake

Av. Faria Lima 201 (Entrada pela Rua Coropé, 88) - Pinheiros SP

Metrô mais próximo - Estação Faria Lima/Linha 4 – amarela

Fone: 11 2245 1900

Site: institutotomieohtake.org.br

Facebook: facebook.com/inst.tomie.ohtake

Instagram: @institutotomieohtake

Youtube: www.youtube.com/@tomieohtake

FONTE/CRÉDITOS: Instituto Tomie Ohtake
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