As festas de final de ano, marcadas pela união e mesas fartas, podem ser um período de grandes desafios para famílias que convivem com Doenças Raras cujo tratamento envolve uma restrição alimentar rigorosa, como é o caso da Fenilcetonúria.
Identificada pela Triagem Neonatal (Teste do Pezinho), a Fenilcetonúria exige um olhar cuidadoso no cardápio festivo, já que o consumo de proteínas encontradas em alimentos tradicionais(carnes, ovos, leites e derivados) é estritamente proibido, pois pode causar danos à saúde. Assim como em outras restrições alimentares, a organização dos eventos exige cuidados redobrados com a escolha dos alimentos.
"O planejamento é a chave para o sucesso e a segurança das festas. Para o público com restrições alimentares, como pessoas que têm Fenilcetonúria, não podemos ter margem de erro. É essencial que os anfitriões entendem quais são os ingredientes permitidos para cada caso e observem rótulos," explica Mariana Ferra, Supervisora da Divina Dieta, do Instituto Jô Clemente (IJC), Organização da Sociedade Civil sem fins lucrativos que promove saúde, qualidade de vida e inclusão para pessoas com Deficiência Intelectual, Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Doenças Raras.
Linha de alimentos inclusivos
A Divina Dieta, linha de alimentos do Instituto Jô Clemente (IJC), tem seu portfólio composto por produtos livres de glúten, castanhas, amendoim e não contém produtos de origem animal, sendo indicado para pessoas com doença celíaca, intolerância à lactose, alergia à proteína do leite, doenças metabólicas raras (como a Fenilcetonúria), além de vegetarianos e veganos.
Com um menu diverso, incluindo itens salgados e doces, todos adaptados, a iniciativa proporciona um Natal para todas as pessoas, permitindo que desfrutem de uma refeição saborosa e sem preocupações.
Mas, a proposta da Divina Dieta vai além, com o programa "Cesta Especial", que oferece mensalmente uma cesta de alimentos a pessoas com Fenilcetonúria em situação de vulnerabilidade social. As cestas são custeadas por "padrinhos doadores" do Instituto Jô Clemente (IJC), vinculando o consumo a uma causa social. Para contribuir, clique aqui.
Sugestão de cardápio inclusivo
É totalmente possível adaptar a ceia de Natal ou Ano Novo, mantendo o sabor e a tradição. O segredo está em seguir alguns passos:
- Conheça as restrições dos convidados: glúten, carne, leite, ovos, castanhas, amendoim, entre outras;
- Leia os rótulos com atenção e verifique se na lista de ingrediente tem algum dos alimentos que os convidados não consomem. Para a restrição de glúten, o produto não pode conter itens como farinha de trigo, farinha para kibe, farinha de centeio, cevada e na maioria dos casos, aveia;
- Em alguns casos, mesmo não aparecendo na lista, o produto pode ter tido contato com algum alimento da lista de restrições durante a produção. Nesse caso, aparece um alerta na embalagem como CONTÉM GLÚTEN;
- Restrições ao glúten: substitua o trigo nas preparações por farinha de arroz, polvilho, fécula de batata ou outros tubérculos e faça uma deliciosa rabanada;
- Leite: opte por leites vegetais como soja, aveia ou arroz;
- Carnes: utilize bases vegetais como grãos ou berinjela no caso de pessoas com Fenilcetonúria;
- Faça as preparações específicas separadas das outras para evitar a contaminação;
- Abuse das saladas para deixar a refeição bem colorida e saudável.
Dicas essenciais de saúde e segurança
Para evitar transtornos e garantir bons momentos com a família, as seguintes recomendações devem ser seguidas por todas as pessoas:
- Mantenha uma boa hidratação;
- Procure equilíbrio nas refeições, não exagerando nas comidas gordurosas e açucaradas;
- Higienize sempre as mãos;
- Não abuse das bebidas alcoólicas (consumo em excesso pode causar problemas cardiovasculares, especialmente em hipertensos);
- Observe o rótulo, validade e a temperatura de conservação dos alimentos;
- Não misture alimentos crus com cozidos durante o preparo para evitar contaminação;
"O período de festas é de união e a inclusão à mesa é uma prova de afeto. Com planejamento antecipado, os alimentos tradicionais podem ser adequados com sucesso, garantindo que a pessoa com Fenilcetonúria, ou outras restrições, se sinta acolhida. O foco das famílias deve ser a alegria de celebrar, com saúde e sem preocupações", reforça Mariana.
Sobre o Instituto Jô Clemente (IJC)
O Instituto Jô Clemente (IJC) é uma Organização da Sociedade Civil sem fins lucrativos que, há 64 anos, promove saúde, qualidade de vida e inclusão para pessoas com Deficiência Intelectual, Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Doenças Raras.
O IJC apoia a Defesa de Direitos das pessoas com deficiência; dissemina conhecimento por meio de pesquisas científicas e inovação; fomenta a Educação Inclusiva e a Inclusão Profissional, além de oferecer assessoria jurídica às famílias das pessoas que atende.
Pioneiro no Teste do Pezinho no Brasil e credenciado pelo Ministério da Saúde como Serviço de Referência em Triagem Neonatal, o laboratório do IJC é o maior do Brasil em número de exames realizados.
O Instituto Jô Clemente (IJC) também é um centro de referência no tratamento de doenças detectadas no Teste do Pezinho, como a Fenilcetonúria, Deficiência de Biotinidase e o Hipotireoidismo Congênito.
Para mais informações, entre em contato pelo telefone (11) 5080-7000 ou visite o site do IJC (ijc.org.br), o primeiro do Brasil 100% acessível e com Linguagem Simples. Aproveite para seguir o IJC nas redes sociais.

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