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Sabado, 04 de Outubro de 2025
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Israel mantém ataques em Gaza apesar de apelo de Trump

Militares israelenses afirmam que enclave palestino continua sendo uma "zona de combate perigosa". Bombardeios ocorrem após Hamas concordar em libertar reféns e Trump pedir fim imediato de ataques.

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Por Cidade a Cidade
Israel mantém ataques em Gaza apesar de apelo de Trump
Saeed M. M. T. Jaras/Anadolu Agency/IMAGO
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Israel manteve neste sábado (04/10) os ataques à Faixa de Gaza, apesar de o presidente dos EUA, Donald Trump, ter pedido a suspensão dos bombardeios. O pedido ocorreu após o grupo islâmico palestino Hamas ter aceitado libertar todos os reféns e alguns termos do plano de paz para a região proposto pelo americano.

A agência da defesa civil de Gaza afirmou que Israel realizou dezenas de ataques à Cidade de Gaza numa noite "muito violenta".  As Forças Armadas israelenses confirmaram que a ofensiva na região continua e alertaram os residentes a não voltarem para a área, que continua sendo uma "zona de combate perigosa".

De acordo com diversas fontes médicas, pelo menos nove pessoas morreram, entre as quais três crianças, e várias ficaram feridas, na sequência dos bombardeios ocorrida durante a madrugada.

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Os ataques aconteceram após o Hamas ter anunciado que está disposto a libertar todos os reféns, de acordo com o plano de Trump, e ter pedido o início de "negociações imediatas através dos mediadores" para discutir os detalhes de um acordo de paz para o conflito.

Trump comemorou a decisão do grupo em um vídeo postado em suas redes sociais e aplaudiu estar "perto de conseguir" que a guerra na Faixa de Gaza termine.  Além disso, ele exigiu que Israel cessasse imediatamente os bombardeios no enclave palestino para poder dar lugar à libertação dos reféns que continuam sob custódia do Hamas.

Líderes mundiais pedem fim dos combates

O anúncio foi bem recebido por diversos líderes mundiais. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, ressaltou que o momento deve ser aproveitado e destacou que um cessar-fogo imediato e a libertação dos reféns estão mais perto do que nunca.

O presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que agora seria a hora de se fazerem "progressos decisivos em direção à paz". O chanceler federal da Alemanha, Friedrich Merz, também defendeu o fim imediato dos combates e declarou que essa seria "a melhor chance para a paz". O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, frisou que a posição do Hamas é um "significativo passo em frente" e pediu que todas as partes implementem o acordo sem demora.

Menina palestina carrega galões de água em meio a escombros e barracas
Ofensiva israelense deixou milhares de desabrigados em GazaFoto: Mahmoud Issa/REUTERS

O Egito, mediador entre Israel e o Hamas, saudou a aceitação do grupo palestino a "princípios-chave do plano" para o fim do conflito. "O Egito expressa a sua esperança de que este desenvolvimento positivo leve todas as partes a assumir o nível de responsabilidade, se comprometendo a implementar o plano de Trump no território", destacou o ministério do Exterior egípcio. 

A Jordânia elogiou a mediação do Catar e do Egito, além de destacar os esforços dos EUA, incluindo a oposição à anexação da Cisjordânia por Israel, e pediu a suspensão imediata da ofensiva israelense em Gaza.

Israel se prepara para implementar plano de paz

Neste sábado, o governo de Israel anunciou que está se preparando para implementar "imediatamente" a primeira fase do plano de paz para libertar os reféns considerando a resposta do Hamas.  O comunicado do governo de Israel não menciona, porém, o pedido de Trump para o fim dos bombardeios.

"Continuaremos trabalhando em plena cooperação com o presidente e sua equipe para pôr fim à guerra de acordo com os princípios expostos por Israel, que se correspondem com a visão de Trump para terminar a guerra", afirmou em um breve comunicado a assessoria de imprensa do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

O plano de 20 pontos que Trump apresentou na última segunda-feira na Casa Branca, aceito inicialmente por Netanyahu, propõe o fim imediato da guerra, a libertação dos reféns por parte do Hamas e a formação de um governo de transição para Gaza que estaria supervisionado pelo próprio presidente americano e pelo ex-primeiro-ministro do Reino Unido Tony Blair.

Esse roteiro também contempla a desmilitarização da Faixa e a possibilidade de negociar no futuro um Estado palestino, algo descartado, no entanto, pelo primeiro-ministro israelense.

Trump investiu um capital político significativo nos esforços para encerrar a guerra que já dura quase dois anos e que deixou milhares e mortos e isola cada vez mais Israel no cenário internacional.

Famílias de reféns pedem fim dos bombardeios

Após os bombardeios israelenses, o principal grupo que representa a família dos sequestrados afirmou neste sábado que era "essencial" encerrar a guerra em Gaza para "evitar danos graves e irreversíveis aos reféns". "Pedimos ao primeiro-ministro Netanyahu que inicie imediatamente negociações eficientes e rápidas para trazer todos os nossos reféns de volta para a casa."

Internamente, Netanyahu está dividido entre a crescente pressão para pôr fim à guerra – vinda de familiares de vítimas e de parte da população do país – e as demandas de membros linha-dura de sua coalizão de extrema direita, que insistem em manter o conflito sem trégua.

O governo israelense iniciou sua ofensiva após o ataque terrorista do Hamas em Israel em 7 de outubro de 2023, que deixou cerca de 1,2 mil mortos e levou 251 reféns para Gaza. Israel estima que o grupo mantém ainda 48 sequestrados, dos quais 20 estariam vivos.

Desde então, a ofensiva israelense no enclave palestino deixou mais de 60 mil mortos, a grande maioria civis, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas. Os bombardeiros destruíram grande parte da região e as restrições impostas à ajuda humanitária desencadearam uma crise de fome em Gaza.

FONTE/CRÉDITOS: DW Brasil
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